1. Meu objetivo é desenhar como quem pinta e pintar como quem desenha.
2. Desenhar bem... é como, e não o quê.
3. Meu desenho é Zen, produzido por reflexos expontâneos, com a mente "em branco". Assim flui o inconsciente pela ponta do pincel.
4. Aprendi a desenhar quando tinha 20 anos, de súbito, numa espécie de satori (iluminação), vendo uma certa cena de um filme da vida do grande samurai Myamoto Musachi.
5. As mulheres que aparecem como tema da maioria dos meus desenhos são uma só: a anima, a mulher que todos temos no inconsciente profundo.
6. Minha anima aparece quase sempre nos meus desenhos na persona de uma doce e lânguida prostituta envolta em corpete e ligas.
7. Quando desenho algo que não é uma mulher, certamente será uma forma camuflada de animus (o ser masculino complementar da anima): touros, cavalos, galos, bodes, aves de rapina... criaturas fálicas por excelência.
8. A temática é sempre o lado literário, um pretexto. Alguns chamam isso de "anedota". Mas pode ser revelador da personalidade ou do mundo oculto do artista. Certamente de sua cultura ou ingenuidade...
9. Os corpetes são, sem dúvida, um fetiche... mas no nível abstrato do desenho são uma maneira de romper o paralelismo das linhas do dorso, que ocasionariam uma zona vazia no centro do papel.
10. Todo bom desenho é puro grafismo, isto é, uma abstração sedutora, um divertimento do olhar.
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